terça-feira, 18 de setembro de 2007

Os tremeliques de Cinira

Cinira e Amorzinho não se desgrudavam, as duas beatas andavam pra cima e pra baixo em Santana do Agreste. A primeira não podia ver, pensar ou sentir-se atraída por um "cabra" que se tremilicava todinha. A segunda mais do que rápido, gravemente gritava: Ciniraaaaaaa! E a danadinha da Cinira se recompunha e retomava sua 'santa beatitude'. Hoje a tarde me senti a própria Cinira, tremilicando da carne até os cabelos e a causa não foi tesão, mas minha já conhecida ansiedade. Já a coloquei diversas vezes nessa roda e aqui vai mais: ainda me assusto com como um papo besta, no meio da tarde, pode me colocar pra pensar em um turbilhão de coisas ao mesmo tempo. A cabeça fica tão cheia que uma solução é tremer pra ver se um tanto dos pensamentos pula pra fora. Como a tremida não resolveu, a Amorzinho em mim gritou bem alto: 'Ciniraaaaaaaaa!', e funcionou bem. Minha Cinira respirou fundo e se recompôs. Pronto, achei mais uma forma de dar um jeito na bicha arisca da Ansiedade.

E pra relembrar Cinira e Amorzinho em Tieta, espiei aqui e também aqui.

terça-feira, 11 de setembro de 2007

Chita

Tô mesmo agarrado com a macaca e gosto muito. Beijo minha chita!

domingo, 9 de setembro de 2007

Clá

'Amor: eu vos amo tanto. Eu amo o amor. O amor é vermelho. O ciúme é verde. Meus olhos são verdes. Mas são verdes tão escuros que na fotografia saem negros. Meu segredo é ter os olhos verdes e ninguém saber. À extremidade de mim estou eu. Eu, implorante, eu a que necessita, a que pede, a que chora, a que se lamenta. Mas a que canta.
A que diz palavras. Palavras ao vento? Que importa, os ventos as trazem de novo e eu as possuo. Eu à beira do vento. O morro dos
ventos uivantes me chama.'

Clarice Lispector (A descoberta do mundo)

sábado, 8 de setembro de 2007

Partimpim

Ela brinca, voa com balões, balança lá no alto e quando canta me faz sentir aconchegado num colinho bem gostoso. Uma ótima companhia pra sábado a tarde.

quinta-feira, 6 de setembro de 2007

Antiquário

A paixão do meu pai por quinquilharias antigas sempre me pareceu muito engraçada. O bichinho garimpa coisas velhas há muito tempo e sua coleção vai desde vinis antigaços a pés de máquina de costura repaginados e rádios de décadas (bem) anteriores. Eu mesmo não herdei tanta paixão por objetos antigos mas ver fotos antigas simplesmente me fascina. Passo horas bisbilhotando as poses do povo 'da antiga' e me deleito com suas caras e bocas. Por indicação de uma amiga querida, acabei de achar um fotolog 'antiquário' ótimo. Que venham mais horas de paixão (e tomara que meu pai e suas quinquilharias, que tanto já foram zombados, não escutem isso!).

Cesária

O ato de crescer desde sempre parece ter sido acompanhado de uma boa dose de dor e alegria misturadas. Primeiro dói nascer, ser humano. A mãe sofre com o parto e a gente é esprimido e forçado a largar o útero tão quentinho e seguro: surgimos! Depois vem a fase de bebê: o menino nasce amarelo (culpa da minha icterícia), cheio de cólicas, acorda de noite, chora com os dentes apontando mas depois se cria bem e com tudo isso os pais aprendem, se quiserem, a virar mesmo gente grande! Já criado, o menino fica cheio de traquinagens e caduquices infantis: entrega (sempre) a pele de seus joelhos ao asfalto grosso, viaja na sua imaginação, encrenca com os muleques chatinhos da rua, aprende a temer dentistas, já percebe pequenas partes negras da vida e brinca, mas brinca muito. As avós enchem o neto de gemadas e explicam que os ossos esticando causam dor, os avôs carregam o muleque pra cima e pra baixo e as bisavós (já tão mansas) também brincam como se fossem menininhas! Aí, o muleque vira adolescente e se desengonça todo: o rosto se enche de espinhas, a voz desafina e as mãos parecem se tornar a parte maior do corpo. A sensação de preguiça é constante e fazer algumas coisinhas até então proibidas torna-se muito interessante. Tudo muito válido e bem aproveitado para a formação de um novo adulto. E agora na fase de virar adulto entrei em um trabalho de parto fortíssimo, pra parir a minha vida e meu futuro, e confesso que se pudesse optar eu partiria pra cesariana já e logo deitaria no meu colo, suspirando e cheio de alegria!

domingo, 2 de setembro de 2007

Cuca maluca

Acabei de ouvir dona Young (sim ouvir!) dizendo que sua cabeça transborda inutilidades e que só a literatura a salva e deixa sua cuca um pouco mais limpa. Desde que tomei consciência que existo de verdade (e isso não tem muito tempo), a criatividade da minha cabeça também me surpreende. E entre tantas latas de lixo que tenho ainda não achei a 'minha' preferida, mas acabei de descobrir que ouvir Fernandinha certamente é uma delas.


Escute também aqui ó! (e me diz se não dá vontade de berrar).