segunda-feira, 22 de junho de 2009

boi da cara preta

não queria mesmo que encaretasse. logo ele, que tinha sido tão divertido e livre, parecia agora levar uma vida que ainda não o pertencia. não precisava daquilo e nem mesmo se sentia confortável. queria seus amigos bem próximos e um monte de situações novas ou, no mínimo, divertidas. mas não ia mais por aí. a monotonia da cidade contribuía, a semana e o cotidiano pesados também.

a idade ainda não podia ser um fator de peso. por deus, não podia mesmo. não é possível que a juventude acabasse assim, dando lugar a uma carranca assustad(or)a, que dali pra frente só viria a enrugar.

e sentia raiva e sentia dor. e tinha muito medo que isso virasse um monodiscurso em sua vida. e o menino, que teme e não quer envelhecer antes do tempo, decidiu não se entregar. ou se convencer disso. ou ao menos encarrancar, sem perder a alegria (ui, que clichê!).

quinta-feira, 4 de junho de 2009

um chorar mais sem fim

a dor mais dolorida foi viver sem existir.

de repente, o que um dia existiu se esvaiu, sumiu no ar. e ao mesmo tempo tudo se tornou bastante normal. só precisava saber se posicionar e, mesmo que isso não fizesse bem, era o melhor a se fazer. os dias passaram aprisionados, dentro dele, e libertar o que ainda existe ali talvez seja o maior desafio até então.


e foi ficando assim, normal. mas como nunca se deu com normalidade, foi ter com a inconformidade e queira deus isso o alimente!

sábado, 21 de março de 2009

Firme e relaxado


Disciplina não é rigidez e rigidez não é disciplina.






Agora explica isso pra minha mente algoz que exige cotidianamente que eu seja mais produtivo, mais bonito, mais magro, mais moderno, menos louco, menos preguiçoso... Ai, acho que todo esse blá blá blázinho não já não cola mais.

domingo, 15 de março de 2009

Up to date

O tempo passa, a vida muda, o corpo muda e muito natural (e loucamente!) a cabeça muda. Eu gosto muito de vários desses movimentos, é uma delícia se perceber amadurecendo, ver coisas por outros ângulos que antes pareciam impossíveis, descobrir gostos diferentes, se fazer percebido e ouvido e tantas outras coisas. Mas nem tudo é tão agradável assim e outras mudanças as vezes me parecem bem esquisitas. O humor varia de um jeito um tanto quanto diferente de antes, os horários já não variam tanto e agora são rígidos e bem amarrados e o cotidiano repetitivo chega a ameaçar minha leve geminianice. Fato: a nostalgia tomou conta de mim e trouxe junto o luto por um monte de coisas boas que já foram. E essa vai sendo a vida, que me esbarranca mas trata também de me levantar.