domingo, 6 de abril de 2008

Casa na laje

A minha vida andarilha me joga pra onde quer e só me resta mesmo viver o que ela me reserva. Sempre foi assim, mudanças e mudanças que me reviram do avesso e me fazem descobrir poucas das milhões de coisas que existem nesse mundo que não se acaba. O último grande presente foram quase dois anos morando no primeiro apartamento fora da casa dos pais num pequeno vôo para fora do ninho. Todos esses dias foram de fortes experimentações de Iran: o Iran que dá conta, o Iran que limpa, o Iran que se irrita, o que ama, o por si, o que se alegra fácil, o que tem amigos, dança sozinho e viaja na sua cabeça e tantos outros. Foram vários sorrisos, abraços, beijos, festas, chororôs, estranhamentos, irritações e vitórias, tudo sempre muito bem acompanhado. E com isso tenho certeza que tenho mais um dos portos seguros que construí na minha vida. São amigos e lembranças de fibra. E agora, quando caem as fichas de que as únicas coisas concretas que tenho são roupas, livros e cds, uma ventania forte é anunciada. Minhas asas estão aqui, um tanto quanto mais fortes e agradecidas a vida, e é chegada a hora de voar. Sou nômade. Nômades não podem parar.

2 comentários:

Diniz Nogueira disse...

Hermano, meu lindo hermano... o bom dos nômades é que eles voltam... isso me conforta e me sossega um pouco...
Que a coragem de Oyá esteja em ti e a alegria dos erês nunca saia de seu coração bom!
Te amo, hermano querido!

clarice disse...

Dá vontade de chorar quando eu leio isso... =/


Mas quando penso em você, o quanto tem amadurecido, o tanto que viveu e brincou, brigou e cresceu, que meu coração se enche de alegria e orgulho... coração de mãezona que se descobriu mãe do mundo.


Beijos, meu querido amigo mui amado!!