domingo, 10 de junho de 2007

Densidade

Detesto quando me sinto assim tão previsível. A mão no cabelo ao sentir uma carência cortante, o pescoço levemente inclinado pra direita com a dita mão na cabeça, a chegada solitária em casa de madrugada e o encontro com um breu completamente silencioso, a desligadinha do celular pra me tornar isolado do mundo, a corridinha ao sofá pra fumar aquele cigarro de menta, meio geladinho, sentindo raiva e a re-ligadinha ansiosa do celular , horas depois, a procura e a espera de possiveis ligações durante o tempo isolado. Raiva silenciosa e avassaladora, raiva de depender, de sentir carência, de se dar pouca atenção, de se deixar levar pela maré, da vontade de chorar, tanta! De ranger os dentes e sentir um buraco bem no meio do peito. De revisitar o velho sempre com a mesma roupa empoeirada, de tirá-lo do baú e colocá-lo ao meu lado, no sofá, durante aquelas fumadinhas e bater o mesmo velho e conhecido papo! Engasgo, também bem no meio do peito, vontade de despirocar, de sair gritando por ai e até mesmo de cortar os próprios cabelos, com tesouradas rápidas, agressivas e precisas que revelem algo, qualquer coisa nova. Chegaaaaaaaaaa!




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