quinta-feira, 14 de junho de 2007

Bicho da Floresta

No começo era um bichinho florestal pequenininho, daqueles que dá vontade de pôr no colo, acariciar e cuidar como um filho. O dito bichinho era uma simpatia, só trazia novidade e com toda graça atraiu pra minha vida olhares e pessoas novas. Com o passar do tempo, porém, ele foi ficando cabeludo, cinzento, áspero e o pior, matematicamente complexo. A situação foi ficando difícil e o bichinho (agora já bichão) por vezes parecia engolir-me. Sem me rasgar com dentes afiados ele me apertava com sua boca banguela de uma força digna da de um jacaré. Estranhamente, ele já era parte de mim e eu também parte dele. Dias de medo se seguiram e desenvolvi uma maneira de evitá-lo. Aprendi a correr, corria kilomêtros, mas sempre parava perto do coisa. Afinal, com cria é assim, a gente não abandona num piscar de olhos. Com tudo isso, e com a chegada assustadora de uma forte decisão na nossa relação, resolvi que daqui pra frente vamos viver cara a cara. E se isso não acabar com nossa crise, vou deixar meu bichinho voar e seguir também o meu caminho.

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